ARMAS
Escudo:de oiro, duas lanças, com bandeiras de duas pontas, tudo de vermelho, passadas em aspa, brocante sobre o cruzamento, uma caveira de negro com as cavidades orbitais e nasal e dentes de prata, tendo sobreposto duas tíbias passada em aspa, também de negro.
Elmo:militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra.
Correia:de vermelho, perfilada de oiro.
Paquife e virol: de oiro e vermelho.
Timbre: pescoço e cabeça de cavalo, de negro, animado e com narinas de vermelho.
Divisa: num listel de branco, ondulado sotoposto ao escudo, em letras negras, maiúsculas, de estilo elzevir “MORTE OU GLÓRIA”
SIMBOLOGIA E ALUSÃO DAS PEÇAS:
As lanças em cruz, sotopostas ás caveiras e as tibias consubstanciam o paradigma da clara vitória da vida sobre a morte. O oiro do campo atribui a aura de glória ao herói, a sua própria transfiguração infinita e eterna. Constitui com o timbre uma sigla que expressa a perenidade da força do espirito sobre a matéria - o Homem na sua harmoniosa união mistica com o impetuoso cavalo; o cavalo alude directamente a Lisboa cujo étimo advém, segundo "Plinio o Vermelho de Ulissipo" - local de reunião de cavalos. Tal simbologia confere ao Regimento de Lanceiros N.º 2 um perfil que os seus Cavaleiros, os seus Lanceiros, traçaram, merecendo assim a legenda "MORTE OU GLÓRIA" , que é a sua divisa actual.
OS ESMALTES SIGNIFICAM:
Oiro: fé,nobreza e a força.
Vermelho: valor, vitória,audácia, a grandeza de alma.
Negro: firmeza,virtude.
Prata: o sentido da esperança.
CONDECORAÇÕES:
Por herança:
atribuida ao Regimento de Cavalaria 6 em Espanha, 1853/1837 - Oficio da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra de 28JUN1837, OE n.º 38 de 06JUL1837.
Por direito próprio:
Medalha de Ouro de Serviços Distintos com Palma atribuida à Companhia de Policia Militar (CPM) 8247 em Angola, OE n.º 21, 2ª Série de 01NOV1978.
Ordem Militar de Avis em 06 Fev2009.
07 de FEVEREIRO de 1833 - O Regimento de Lanceiros da Rainha constitui-se como Unidade atravês do Decreto-Lei de 31JAN1833 e OD n.º46 de 07FEV183. 18 de JULHO de 1834 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. Reorganização após o final da Guerra Civil, Decreto-Lei de 18JUL1834 e OD n.º 236 de 11AGO1834. 04 de JULHO de 1837 - Regimento de Cavalaria 2, Santarém (eventual). Reorganização do Exército criando oito Regimentos de Cavalaria, quatro de Lanceiros e quatro de Caçadores a cavalo. 26 de NOVEMBRO de 1844 - Regimento de Cavalaria 2 - Lanceiros da Rainha, Ajuda - Lisboa. Decreto-Lei de 26NOV1844 e OE n.º 51 de 02DEC1844. 30 de SETEMBRO de 1884 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. O Regimento é dissolvido devido a actos de insubordinação em 22 de Setembro, OE n.º 16 de 27SET1884. 01 de OUTUBRO de 1884 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. É de novo criado um Regimento de Cavalaria que vai receber o N.º 2, as mesmas armas e as mesmas instalações, Decreto de 30SET1884 e OE n.º 17 de 01OUT1884. Em 1888, D. Luis I ordenou que o Regimento passasse a designar-se por Regimento de Cavalaria 2 do Principe D. Carlos, em homenagem ao principe herdeiro, facto este que, com a subida daquele ao trono, levou a que dois anos mais tarde se alterasse de novo a designação para Regimento de Cavalaria 2 - Lanceiros D`El Rei. O despertar colonial nos finais do século XIX e as ameaças ás nossas colónias, obrigaram ao envio de forças do Regimento em expedições á India em 1896 e a Moçambique em 1901. 31 de OUTUBRO de 1888 - Regimento de Cavalaria 2 do Principe D. Carlos, Ajuda - Lisboa. Decreto-Lei de 31OUT1888 e OE n.º 26 de 03NOV1888. 05 de MARçO de 1890 - Regimento de Cavalaria 2, Lanceiros D`El-Rei, Ajuda - Lisboa. A subida ao trono de D. Carlos levou á alteração da sua designação, Decreto 05MAR1890 e OE n.º 11 de 08MAR1890 Com a implantação da República em 1910, apesar de ser então considerado o Regimento mais aristocrático do Pais, e de durante a Revolução se ter batido ao lado das forças monárquicas, a Unidade não foi extinta, tendo apenas voltado á designação de Regimento de Cavalaria 2, com a reforma do Exército de 1911. 04/05 de OUTUBRO de 1910 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. O Regimento coloca-se ao lado das forças leais á monarquia, combatendo com as forças de Paiva Couceiro os republicanos .O eclodir da I Guerra Mundial e a posterior entrada de Portugal no conflito, mobilizou um grupo de Esquadrões deste Regimento que viriam a integrar o corpo expedicionário enviado á Flandres. O Ministro da Guerra louvou a força "pela forma correcta e reveladora do notável zelo com que se apresentaram". A imposição das circunstâncias do teatro de operações, obrigou á renúncia do tradicional emprego com sub unidades montadas, o que não impediu que na Guerra de Trincheiras, os homens deste Regimento brilhassem uma vez mais. 17 de JANEIRO de 1917 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. Embarque para França das forças incorporadas no CEP (dois Esquadrões). Durante a década de quarenta, com a dotação de novos equipamentos motorizados, o Regimento evolui no sentido de se constituir como Unidade Blindada de Reconhecimento, equipando-se inicialmente com a Auto-Metralhadora Humber , e já na década de cinquenta, com carros de combate ligeiros M5 Stuart . 1943 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. O Regimento é dotado com a Auto-Metralhadora Humber e com Carros de Combate Valentine . 1945 - Regimento de Cavalaria 2, Ajuda - Lisboa. Em 1948 o Regimento readquire o direito de ter na sua denominação oficial a menção da sua arma tradicional, passando a intitular-se Regimento de Lanceiros 2. É retomada a designação de Lanceiros, Despacho de 14AGO1948 e OE n.� 5 de 03AGO1948 - 1ª Série. Com a criação da Policia Militar (PM) em 1953, sendo a sua missão atribuida ao Regimento, cumulativamente com as tradicionais da arma, iniciou-se por essa altura, com a constituição de uma Companhia de Policia Militar (CPM), um serviço que se estende até aos nossos dias, e que gradualmente foi vinculando o Regimento á especifica missão da PM. Neste âmbito, durante as campanhas do Ultramar de 1961 a 1975, sessenta e sete CPM e cinquenta e quatro Pelotões de PM, num total de cerca de oito mil homens foram mobilizados para as diferentes Provincias Ultramarinas, muito contribuindo para os exitos alcançados pelo Exército Português, prestando inegáveis e prestigiosos serviços que honraram as tradições do Regimento. Disso são testemunho os seus mortos e feridos em campanha, as referências elogiosas, os vários louvores e a condecoração da CPM 8247 com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos com Palma. Na sequência da revolução do 25 de Abril de 1974, o regimento vive uma fase de instabilidade, a que, tal como em outras ocasiões anteriores, não será alheia a sua localização geográfica, próximo dos centros de poder. A sua designação, inclusivamente, volta a ser alterada em 1 de Abril de 1975 para Regimento de PM. O regresso á estabilidade, a partir de 25 de Novembro de 1975, permite que a 9 de Fevereiro de 1976 a especialidade de PM se passe a designar por Policia do Exército (PE), com a consequente alteração do nome do Regimento, para Regimento de Lanceiros de Lisboa, tomando o nome da cidade onde está aquartelado há século e meio. Finalmente, na reorganização do Exército de 1993, a sua designação regressa á forma numérica tradicional, voltando a ser o Regimento de Lanceiros N.º 2 (RL2).