Solicitado pelo Camarada Lanceiro Carlos Alberto Fial Pereira-Sold. PM/CA n.º 052339/73 do 5.º PPM Ind. da CPM 8246 - Angola ,é aqui colocado um poema de sua autoria.
Natal… 1992
Corria eu numa altura da minha vida
Atrás do vento gelado
Que não logrei alcançar na ida
Começada naquele dia quente mas nevoento, martelado
Por desventuras tantas
E… Atroz sofrimento meu e dos camaradas
Que mortos de canseira repousavam em mantas
Esperando alguém que das picadas armadilhadas
Respondesse ao meu apego á vida
A que teimosamente me queria agarrar.
E dormitei na almofada de capim humedecido pelo cacimbo
Ouvindo vozes do além
Gritando coisas que não entendia
Rendendo-me ao cansaço, naquele Limbo
Que afortunadamente aceitei de Alguém
Que adiou meu fim… Naquele dia.
Naquela noite, fugindo aos clarões
Da metralha que a tornavam tão bela,
Ouvi dialectos murmurantes
E vozes de colonizantes Barões
Gritando ordens possantes
Para matar… Na Catumbela…
Em Angola… Naquela noite quente
Junto á mangueira providencial
Onde saciei a fome…
Vi no horizonte uma Estrela Cadente…
Eram vinte e quatro horas… Na selva africana
As armas tinham calado… Lembrei depois
Que no resto do mundo, era Dia de Natal.
Ali, era apenas uma pausa na morte que consome
As vidas de vidas perdidas…
Nesse dia de Natal de mil novecentos e noventa e dois.
Ano de mil vidas… por mim vividas,
Fugindo á guerra… Na mata angolana.
Xai-Xai – Gaza, 2008-12-13
Carlos Alberto Fial Pereira
Natal… 1992
Corria eu numa altura da minha vida
Atrás do vento gelado
Que não logrei alcançar na ida
Começada naquele dia quente mas nevoento, martelado
Por desventuras tantas
E… Atroz sofrimento meu e dos camaradas
Que mortos de canseira repousavam em mantas
Esperando alguém que das picadas armadilhadas
Respondesse ao meu apego á vida
A que teimosamente me queria agarrar.
E dormitei na almofada de capim humedecido pelo cacimbo
Ouvindo vozes do além
Gritando coisas que não entendia
Rendendo-me ao cansaço, naquele Limbo
Que afortunadamente aceitei de Alguém
Que adiou meu fim… Naquele dia.
Naquela noite, fugindo aos clarões
Da metralha que a tornavam tão bela,
Ouvi dialectos murmurantes
E vozes de colonizantes Barões
Gritando ordens possantes
Para matar… Na Catumbela…
Em Angola… Naquela noite quente
Junto á mangueira providencial
Onde saciei a fome…
Vi no horizonte uma Estrela Cadente…
Eram vinte e quatro horas… Na selva africana
As armas tinham calado… Lembrei depois
Que no resto do mundo, era Dia de Natal.
Ali, era apenas uma pausa na morte que consome
As vidas de vidas perdidas…
Nesse dia de Natal de mil novecentos e noventa e dois.
Ano de mil vidas… por mim vividas,
Fugindo á guerra… Na mata angolana.
Xai-Xai – Gaza, 2008-12-13
Carlos Alberto Fial Pereira